E a imprensa, é pra pegar no pé?

Depois do resultado e desempenho pífio da seleção canarinho durante a Copa 2010, depois da demissão de Dunga, mais uma vez levanta-se o já clássico questionamento "Onde termina o direito da imprensa exercer seu trabalho de fiscalização e crítica ao governo e/ou governantes. Onde começa o direito à privacidade?"

Questão polêmica e complexa.
Jornalistas, assessores de imprensa e profissionais da área de comunicação batem na mesma tecla: a de que criticar e apontar o dedo é obrigaçãso da imprensa. O profissional que não o faz está fadado ao fracasso e à frustração profissional. Todavia, do outro lado vêm à tona os mesmo argumentos de outrora, argumentos esses que, apesar de repetitivos, continuam válidos: o direito à privacidade e à intimidade garantida à todos na Carta Magna.
É uma luta sem fim, que ainda vai deixar muitos feridos no meio de todo esse embate. Ano passado o Presidente do Supremo Tribunal Federal entendeu que seria coerente a derrubada do diploma de graduação em Jornalismo para o exercício da profissão, meses depois o destempero do ex técnico Dunga ao destratar o repórter Alex Escobar, tudo isso acompanhado pelo Brasil inteiro através de jornais e tv's.
Ao que parece esse entrave entre jornalistas e detentores do poder anda longe de chegar, sequer, às vias de civilidade, talvez por isso Gilmarques de Mendonça tenha caçoado da situação com a célebre frase "A mídia vez em quando faz esparrela, porque a poesia do dia-a-dia mídia nela."

Denise Veras

0 comentários